27 novembro, 2008

p de penedo

Tenho a sagacidade da toupeira. Movimento as peças no tabuleiro com a destreza do mestre. Sou militante. Tenho cartão. Sou o astro e o satélite, o breu e a claridade. Distribuo adjectivos obedientes e semeio predicados cirúrgicos. Supero-me. A minha cor é lei. Nas demais limpo as minhas nádegas. Se estão por nós, aplaudo. Se não estão, condeno. Conheço a verdade. Domino a mentira. De uma e de outra faço os meus dias.

13 novembro, 2008

c de catarina

Esvoaça por entre secretárias numa frescura de formiga alada, convoca-nos de peito seminu, castiga uma banana dos incisivos para os molares com a volúpia de uma ninfa, ondula o cabelo em vagas de trópicos com um menear lânguido da cabeça, leva o quadril de ocidente a oriente e de oriente a ocidente como uma bailarina do Nilo, enverga tafetás e traz cerejas no lugar dos lábios. Se lhe tocamos, desfaz-se como um palácio de cinzas.