02 julho, 2009

asno

A tua pomposa estultícia chega a ser comovente, Joseph: “E como há pouca crítica, pouca controvérsia, demasiados silêncios, não se separam as águas”.

“Não se separam as águas”, Joseph? Uma de três possibilidades: andas perdido, Joseph, entre a tua tão impressionante como aparentemente inútil biblioteca; és calculista como as demais hienas; és portador de um quebradiço tegumento intelectual.

Que farias, Joseph, se alguém denunciasse que tudo não passa de tratar dos teus, que os teus são tão lestos na artesania da insídia como aqueles que queres defenestrar? Porque uns e outros, Joseph, despiram em boa altura uma pele que os não levaria a lado algum. Mastigam os mesmos bifes. Roçam as nádegas nos mesmos colóquios. Houve quem arquejasse às chapadas de diligentes inspectores para que tu e os teus, Joseph, se pudessem pavonear de estúdio para estúdio, de jornal para jornal, de Bruxelas para Lisboa e de Lisboa para Londres. Mas jamais para onde importaria, Joseph.