07 julho, 2009

lumen propheticum (dois)

Abordou o linóleo em passo pausado, embora firme. Um compasso de procissão nos silvos das solas de borracha. Inalou o bafio. Lentamente, libertou as espaldas do peso da mochila preta. Como as calças. Pretas. Como o boné. Preto. Como o sistema nervoso central. Descerrou com requinte o fecho. Tornou a inalar o bafio - cheirava a retrosarias e cobardes. Fez naufragar a mão nas entranhas da mochila. Devagar, fez surdir a Uzi entre as tenazes da mão direita.