11 dezembro, 2010

manhã

Poderei amparar-te nos meus braços, ao que me dizem, nos últimos suspiros do Verão. Lá estarei. Entretanto, espero-te com a mesma alegria que experimentei, certa vez, a um extremo da sala de jantar, quando os teus avós aninharam um envelope com selos da Hungria ao Canadá entre as agulhas de um pinheiro amputado, um cheiro a resina que não passava. Uma carta do Pai Natal. Para abrir dali a uns dias. O mesmo entusiasmo. Puro. Ainda não te conheço as linhas do rosto, a cor dos olhos, a geografia dos remoinhos no cabelo, a voz, o modo como os teus dedos pequeninos vão investigar a barba no meu queixo. Mas prometo-te desde já que aprenderás as constelações e as fases da Lua, ouvirás uma guitarra e as histórias de Phileas Fogg e do Capitão Nemo antes dos sonhos, todas as noites, se quiseres. Saberás que o teu quarto pode ser uma nave espacial a franquear os anéis de Saturno, ou um castelo, ou um palácio. Tu decides. Eu ensino-te. Aprenderás a pedalar uma bicicleta. Não tenhas medo. Eu seguro-te o selim. Depois largo-o sem que o percebas. E ficarei a olhar-te, o peito a estalar de amor.

24 novembro, 2010

tiny pillows

E i-los aí. As camisas brancas, os botões de punho, as gravatitas, os sapatos negros e luzidios como o unto malsão que lhes corre nas artérias e os relógios a tinir nos pulsos quebradiços. Ei-los aí a babarem-se, às gargalhadas, quando alguém da matilha sugere que se capitalize a ocasião.
- Ó Sá e Cunha, ouve lá, pá, vê lá o que achas desta ideia, pá. E que tal vestirmos uns gajos de vermelho, pá? E que tal dar a um uma bandeira, pá, estás a imaginar, pá? Vermelha, pá, a imitar essa choldra dos sindicatos, ou os comunistas, pá. E que tal dar a outro uma resma de catálogos? Juntar assim uns quantos, a recibos verdes ou a pães com manteiga e pacotes de leite com chocolate, à beira de semáforos no Cacém, ou na Tapada das Mercês, como os romenos, mas sem um farrapo de cartão canelado a anunciar três filhos e fome, pá. A aviar panfletos com fotografias de televisores pelos vidros dos carros, pá, talvez uma ou outra mamalhuda de Leste a enfeitar as margens do papel, pá. Baixámos os preços para si, que hoje não foi trabalhar, ou outra coisa do género. É a greve, pá. É preciso aproveitar a greve, pá.

11 novembro, 2010

queluz

Se lhe adivinharem o caminhar quebrado numa das linhas de fronteira dos Quatro Caminhos, à porta da leitaria, ou num passeio da Dom Pedro IV, a espreitar as caixas de morangos e o sorriso celestial da Preciosa, digam-lhe que ainda a espero num baloiço do parque, entre o ocre das folhas mortas, um par de galochas vermelhas, uma camisola de lã, que está frio, e a asa de um bombardeiro Vickers Wellesley a despontar do papel de uma pastilha Gorila. Digam-lhe que ainda não consegui preencher o vazio das horas tardias, sozinho com a memória da sua mão sobre o meu ombro. Tão-pouco imitar-lhe a bondade.

litania

L evanta-te, veste-te, lava-te, despede-te, sai, fecha a porta, desce, sai, apressa-te, entra, identifica-te, afunda-te, senta-te, escreve, com força, mais, levanta-te, sai, regressa, depressa, entra, sobe, torna a entrar, come, despe-te, deita-te, adormece, sonha, não morras, que a manhã não tarda.

06 novembro, 2010

influenza

O que mais me enfada nesta gripe de Novembro é a cadência das gotas de muco translúcido que se insinuam das narinas para os lábios, uma após a outra, a que se seguem outras tantas, dos lábios para o queixo e daí para a camisola, um prurido de aranhiços ou um rumor de fumarolas, tanto faz, nos seios perinasais.

Pingos salobros como a água da torneira em Portimão, quando as sardinhas brotavam à vista de todos em baldes convexos e negros dos porões das traineiras, os cascos garridos a estalarem de escrófulas e retalhos de algas. A mão do meu avô a guiar-me entre peixeiras, domésticas e gatos escalavrados sobre uma carpete de escamas na lota. O resto é sofrível: o cansaço; o peso de coníferas milenárias nas omoplatas e nas rótulas; este sopor de antipiréticos que me deixa exangue; este farrapo gemebundo de humanidade.

19 agosto, 2010

Ana

Isso. Um passo. Devagar. Olha a minha mão estendida. Toma-a na tua. Sente-lhe o calor. É teu. É para ti. Para sempre. Agora. Outro passo. Vá. Sei que o darás, a perna pequeníssima a hesitar no vértice do tapete de lã, os teus olhos glaucos a sorrirem-me numa luz de gota ao Sol, algures entre a vontade, o medo e a alegria irrepetível da descoberta. Repete o gesto. Estás a caminhar. Vês? Conseguiste. Hás-de caminhar mais, adiante, apontar a cumes de montanhas, atravessar torrentes. Se um dia quiseres voltar, terás a minha mão. Morna de amor fraterno.

15 agosto, 2010

condomínio (dois)

Com um desvelo de artífice, desdobrou o papelinho enrugado que encontrara caído entre duas pedras da calçada num passeio da Rua da Madalena e trouxera junto ao peito, no bolso da camisa, enquanto oscilava para trás e para diante, para um lado e para o outro, sobre o silvo dos carris. “Adeus”, lia-se no centro geométrico do pequeno farrapo.

13 agosto, 2010

俳句

Houve em tempos um homenzinho, pequena luminária da gleba, que era tão vaidoso das suas bibliotecas e tão ou mais cioso do perpétuo desalinho filosófico das suas barbas pardas que nem a comovente doçura de um deslize na boca de uma bela mulher seria capaz de perdoar.

10 agosto, 2010

condomínio (um)

Fósforo sobre fósforo, munido da paciência do monge copista, Adalberto reproduziu à escala um perfeito galeão espanhol que teria ofertado ao afilhado pelo Natal, caso Oseias, o gato, não tivesse errado por três centímetros o cálculo de um salto entre um e o outro extremo do aparador.

03 agosto, 2010

ponto final parágrafo

A meio das suas exéquias, ergueu-se a custo perante os esgares de espanto, terror e transe e largou a correr no sentido da rua, sem se despedir do cetim. Passou pelo cruzeiro de betão e ferro, onde um cão sem nome dormia ao calor de Agosto, o largo da Igreja de Queluz a dividir-se entre as sombras das salas de catequese e o queimor da escadaria no extremo oposto. Trepou. Atravessou a fronteira entre ruas, através de uma abertura na base de prédios em desalinho. Adiante viu o parque a desenhar-se velho, um abandono de folhas de choupo no lugar dos baloiços em que um dia voou para lá e para cá embalado pelos braços do pai, um blusão de ganga, mãos mornas de carinho e um bigode a estender-se em sorrisos verdadeiros. Virou à direita. Quatro caminhos. Escolheu a rua que o levaria a um cais da estação e a um comboio com destino à mulher que o amara por todos os poros. Havia a urgência de lhe beijar a testa.

22 julho, 2010

ponto de exclamação

Ósimo não dormia há setenta e duas horas no afã de escrever o mais belo texto em prosa da sua praceta, pelo que decidiu cobrir com um roupão o corpo despido e sentar-se a um canto da marquise amortalhada em alumínio, próximo da gaiola onde um bico de lacre se borrava sobre esmaecidos farrapos de semanário, a ler Júlio Dinis, primeiro, e João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett, mais tarde. Erguer-se-ia ao cabo de instantes, um resto de escroto a surdir-lhe quebradiço de entre as abas em turco, exclamando que aquilo que realmente queria escrever era um poema sobre os canteiros de brincos de princesa da vizinha do rés-do-chão. Em seguida morreu.

21 julho, 2010

reticências

Pela manhã experimento um peso de séculos sobre os ombros, um cingir de garrote em redor do pescoço, um estalar de vértebra a meio das costas, um esgaçar de polé nos joelhos, um falsete de castrado na voz, um tormento de Santo Ofício nas solas dos pés, um prurido de benzina nas virilhas, um sino de campanário nos ouvidos, um sabor a salsugem na língua, uma humidade de Setembro a despontar cristalina das pestanas, em sorumbáticas gotículas de rendição.

20 julho, 2010

mao

..."Hsüeh ya tung yün pai hsü fei
wan hua fen hsieh yi shih hsi"...


O sopor da carpa a roçar a superfície no chafariz de Massamá é uma longínqua tarde de segunda-feira, passos de chumbo no sentido da escola, para lá de ruas com nomes de flores. Verde e branco nas paredes. Cinzento entre as têmporas. Uma ruína de diesel a pingar das narinas. O paralelepípedo da Rodoviária Nacional a desaparecer num cotovelo da estrada, ao fundo.


Pigarros de motorizadas terra acima, terra abaixo, um malmequer histriónico no teu capacete cor de cereja, quando te aproximas em perigoso equilíbrio sobre as pedras que brotam desarrumadas do saibro, o que resta das espirais do teu cabelo de amêndoa a esvoaçar sobre os ombros de vestal. Os teus olhos sorriem-me. E eu confio os meus à estrada em desalinho, pálpebras em losango, a desfalecer de vergonha à medida que contraio o ventre para esconder a albarda de costeletas de porco com batatas fritas e miolo de papo-seco, sem compreender que dali em diante não voltarei a erguer a cabeça.

08 julho, 2010

pessoa, Pessoa

..."Braços cruzados, sem pensar nem crer,
Fiquemos pois sem mágoas nem desejos; Deixemos beijos,
pois o que são beijos? A vida é só o esperar morrer."...


Massa folhada. O meu ventre esbarronda-se em demorados grumos de banha sobre a fivela do cinto, o bico da mama a deformar-se à medida que o peito cede à gravidade. Inspiro. Expiro. Hei-de tornar a inspirar, adiante, quando o ácido e o gás se enroscarem esófago acima em eflúvios de chouriço de sangue e podridão de morte à distância de dois segmentos de escada. Creme de ovos. Amanhã é que vai ser. A bicicleta. O capacete. A garrafa de água. As nádegas a gemerem de dor, rubicundas sobre o selim. A vida refém de um resto de saliva nos açudes da mandíbula. Hás-de ver. Olarilolela. Chocolate. Uma torrada, não, pão com manteiga, não, uma lata de salsichas, não, uma omeleta, não, uma malga de cereais, não, um pacote de bolachas, não, um pacote de bolachas com pepitas de chocolate, não, um pacote de bolachas de chocolate, não, um pacote de bolachas de água e sal, não, um pacote de bolachas de água e sal e um frasco de compota, não, um frasco de compota e uma colher de alumínio, não. Sim. Açúcar. Certa vez, Napoleão escreveu à filha de Francisco e Maria Teresa de Bourbon-Sicília dizendo-se “fatigado de ter trabalhado todo o dia”. Cuidai bem. Em seguida foi andar a cavalo. Cuidai melhor. E não me forniquem a paciência. Mil-folhas.

30 junho, 2010

dioptria

Uma boleia para o Vimeiro. Rogo-vos que me concedam uma boleia para o Vimeiro. Habito um retalho de oleado e dois caixotes de cartão canelado entre muralhas de canas. Larguei a caminhar há dois sóis no sentido deste promontório da Ericeira. Confiei os meus pertences a um par de ratazanas e à gaivota que desposei e agora acho-me aqui, perdido, sem ter logrado, como planeara, roçagar a braguilha nos torneados das moças do parque de campismo, migalhinhas de salmoura nas esquinas das orelhas, um vago odor a mar e a sovaco a desprender-se-lhes a cada piparote, que delícia, os olhares vidrados de cerveja e mortalhas candentes que me lembram o azinho na cozinha de minha mãe, que doçura de senhora era minha mãe. Meu pai era bruto como as penedias. Foi ele quem me desencaixou o maxilar, condenando-me a sorver fiapos de saliva até à última golfada de ar. Uma boleia. Para o Vimeiro. Moro na aproximação ao Vimeiro, juro-vos, sobre um retalho de oleado, abrigado do vento por dois caixotes de cartão canelado, entre canaviais, a ouvir o oceano a espumar toda a noite, num vaivém de sal e algas, como os rabos das moças, que delícia. Ignorem-me no banco de trás, os meus olhos sumidos nas lentes a procurarem um Vimeiro pardo que se desenha na proa do carro. Prometo manter as mãos à vista de todos, quietas sobre as calças de fazenda estiolada. Prometo pensar baixinho, para que não me adivinhem esta tristeza de pobre. Só quero uma boleia para o Vimeiro. Podem fazer troça do meu cabelo, da minha camisola de malha, do meu queixo enviesado. Mas levem-me para o Vimeiro.

29 junho, 2010

caderno pautado

Dizem-me: escreve.

Como explicar-lhes que não me recordo de nada? Que escrever é, outrossim, o equivalente a aparar as unhas dos pés com uma turquês? E que, se o fazemos a contragosto, de pouco vale?

10 abril, 2010

receita de pastéis de massa tenra

Alfredo adormecia à medida que perdia a consciência. O défice de atenção de Aníbal permite-lhe pensar em paio às sextas-feiras santas. Rolando perdeu a fé na passada terça-feira. Alfredo acordava à medida que abria as pálpebras. Aníbal queria ser bombeiro quando crescesse. Rolando aprendeu a tocar acordeão e actua aos sábados no seu restaurante. Aníbal é portageiro, profissão que lhe permitiu reencontrar Alice. Alfredo casou com Alice. Aníbal anotou o número de telefone de Alice no envelope com a conta da luz. Pelo anoitecer, Alfredo disse a Alice que ia ver o Benfica ao restaurante de Rolando. Aníbal telefonou a Alice, que telefonou a Rolando, que comunicou a Alfredo que Alice estava ao telefone, ao que Alfredo disse que não podia atender, pelo que Rolando informou Alice de que Alfredo não podia atender, o que levou Alice a pedir a Rolando que dissesse a Alfredo que tencionava aproveitar o facto de Alfredo estar a ver o Benfica para ir visitar a mãe a Alfragide, que era onde morava também Aníbal, que dali a menos de uma hora recebia Alice em cuecas e robe.

crónicas de pó de talco (ora pro nobis peccatoribus, nunc, et in hora mortis nostrae)

O meu cansaço mede-se em amêndoas cobertas de chocolate branco, em retalhos de pão untados de manteiga ou atapetados de queijo, em palpitações e vertigens de óbito próximo, em pontadas de artérias em ruína, em bicicletas crucificadas de encontro à parede de uma garagem, na arrecadação um capacete encarnado e um par de luvas, em brotoejas de ventre flácido a tombar como toucinho sobre o cós das calças, em desequilíbrios da forma, em ausência de simetria, em incapacidade de amar, em indigência celular, em secura do olhar, pelo crepúsculo cala-se-me o falar. Olho-te e pergunto-me o que viste de tão prometedor no que sou.

06 abril, 2010

Crónicas de pó de talco (presto)

Dói-me aqui. Dói-me além. Por vezes acolá. Aos sábados alhures. Em nenhures. Dói-me a perna. Do joelho ao calcanhar. A cabeça. Após o almoço dói-me assim. Depois assado. Ao fundo. Entre os dedos. No alto. Entre as orelhas. O peito dói-me amiúde. A nádega esquerda de manhã. A direita à tarde. À noite o canal. Custa-me obrar. E urinar. Sabe Deus.

04 abril, 2010

crónicas de pó de talco (allegretto)

De forma que genuflecti diante do Senhor com a presteza de uma ginasta de Xangai, o missal entreaberto na mão esquerda e a persignação igualmente lesta a desarrumar a poalha que tomba de santos sofridos e talha dourada na atmosfera do templo. A redenção que tudo lava. O cordeiro de Deus a fitar-me do topo do altar, creio que ainda lhe ouvi um gemido. Depois levantei-me e fui às putas.

23 março, 2010

crónicas de pó de talco (intermezzo)

Queremos oferecer-lhe a possibilidade de colocar uma prótese no escroto. É que ninguém tem nada a ver com a sua história. É por si. Pela geometria. Pelo aconchego do felattio e pela ecologia da alma, pelo sublinhado das falangetas no afã do onanismo e pela onírica palpação de musas de nádegas fartas. Portanto abre as perninhas, cindimos-lhe a virilha e fazemos-lhe a ablação da glândula como a um capão. Quer levar o colhão num frasquinho de formol?

16 março, 2010

crónicas de pó de talco (intróito)

A soltar gemidos de "eu não", o eunuco exibe com despudor o refego da pança a tombar de flacidez sobre a púbis e o arco da espinha a surdir em nódulos nas costas cor de farinha. “A minha vida não é isto”, lamenta-se.

09 fevereiro, 2010

quaternário

Maldonado chegou a chefe de repartição depois de ter defumado uma assoalhada virada a nascente com um preparado de ervas e uma reprodução verde de Nossa Senhora de Fátima erguida acima do parietal com a mão direita.

Paco procura uma epifania numa rua desalinhada da Brandoa.

Alfredo aprecia amêijoas, berbigão, mexilhão, lingueirão, burriés e pato à Pequim. Ocasionalmente desloca-se ao cinema Londres. Geralmente faz risco ao meio e grava-se a cantar fados de Coimbra, remetendo em seguida as cassetes por correio azul a uma irmã que vive em Alicante.

Natália namorou, em tempos, um magala de Abrantes.

03 fevereiro, 2010

falsete

Apercebeu-se de que a sua existência se tornara redundante quando, assomando ao alumínio lacado da marquise, achou-se a habitar uma rua elíptica, um prédio chocolate de leite, dois contentores de lixo numa baía de cimento, à vista de um resto de canavial, um velho a coxear entre sacos de plástico, duas maçãs, um quarto de broa e uma cabeça de nabo para a sopa, uma cigana de luto a migar lágrimas, suor e feijão verde para um alguidar desmaiado entre o veludo dos tornozelos, cortinas de pano estampado nas escotilhas do furgão branco. Em seguida as vozes que até aí o haviam guiado sossegaram. Por uma eternidade de três minutos. Tique. Taque. Tique. Taque. Tique. TAC – tomografia axial computorizada. Antes de se lançar do quarto andar na direcção de um pino de betão sobre a fímbria do passeio ainda encontrou tempo para se recordar do único pensamento a roçar o brilhantismo que o seu cérebro ousara produzir em três décadas de sístoles e diástoles, a ideia de que a voz de Kate Bush em Wuthering Heights seria a voz de um par de lábios vaginais, caso um par de lábios vaginais pudesse cantar.
- Salta, meu maricas de merda – gritou-lhe o cabo Faria, uma das personagens que lhe ocupavam os parietais, persistentes como cardos.