20 julho, 2010

mao

..."Hsüeh ya tung yün pai hsü fei
wan hua fen hsieh yi shih hsi"...


O sopor da carpa a roçar a superfície no chafariz de Massamá é uma longínqua tarde de segunda-feira, passos de chumbo no sentido da escola, para lá de ruas com nomes de flores. Verde e branco nas paredes. Cinzento entre as têmporas. Uma ruína de diesel a pingar das narinas. O paralelepípedo da Rodoviária Nacional a desaparecer num cotovelo da estrada, ao fundo.


Pigarros de motorizadas terra acima, terra abaixo, um malmequer histriónico no teu capacete cor de cereja, quando te aproximas em perigoso equilíbrio sobre as pedras que brotam desarrumadas do saibro, o que resta das espirais do teu cabelo de amêndoa a esvoaçar sobre os ombros de vestal. Os teus olhos sorriem-me. E eu confio os meus à estrada em desalinho, pálpebras em losango, a desfalecer de vergonha à medida que contraio o ventre para esconder a albarda de costeletas de porco com batatas fritas e miolo de papo-seco, sem compreender que dali em diante não voltarei a erguer a cabeça.