11 novembro, 2010

queluz

Se lhe adivinharem o caminhar quebrado numa das linhas de fronteira dos Quatro Caminhos, à porta da leitaria, ou num passeio da Dom Pedro IV, a espreitar as caixas de morangos e o sorriso celestial da Preciosa, digam-lhe que ainda a espero num baloiço do parque, entre o ocre das folhas mortas, um par de galochas vermelhas, uma camisola de lã, que está frio, e a asa de um bombardeiro Vickers Wellesley a despontar do papel de uma pastilha Gorila. Digam-lhe que ainda não consegui preencher o vazio das horas tardias, sozinho com a memória da sua mão sobre o meu ombro. Tão-pouco imitar-lhe a bondade.