22 setembro, 2009

farol

O caminho para o promontório de São Vicente faz-se entre bermas de terracota e tufos de mato estreito, rubores de sol marroquino em peles de albino e línguas ásperas como pigarros de dispensário, aqui três alemães a mastigar pães e salsichas, as bocas escancaradas numa alegria de colesterol à sombra irregular de uma caravana de farturas, acolá a cintura de pipa de uma ave pernalta que regressará a Manchester ao quarto dia do Outono, na mala um sabonete de hotel, uma pequena chaminé que proclamará o Algarve a partir do frigorífico, FRIDGE MAGNETS TWO EUROS!, e um frasco de sais de fruto com areia do Carvoeiro, à esquerda três espanhóis a grasnar, à direita bancadas de camisolas de lã, pequenas rosas do deserto, chapéus de couro e galos de Barcelos manchados de sal.