07 novembro, 2009

látego

Não sei escrever. Esgoto-me em adjectivos. Tropeço antes de chegar ao ponto final parágrafo. Custa-me ser demorado. Aborrece-me ser curto. De ideias e de engenho. De fôlego e de relevância. Um topete de amanuense ao balcão da repartição de finanças. Diga. As frases saem-me das costelas a golpes de chanfalho, por vezes de uma narina em fiapos de sangue. Se chego a metade de uma página, exulto num contentamento de canário. Temos escritor. Olarilolela. De Verão transpiro quadras de manjerico. Ó meu Santo António ó meu Santo Antoninho na Páscoa quero a giesta no Natal o azevinho. De Inverno tossico relatos de almanaque. Delmiro vivia preso a um passado de sordície em vãos de escada e reuniões do partido que são ambientes que no fundo se completam dado que ambos ressumbram essências de putedo. Que. Que. Que. Que. Ó que caralho. Chafurdo nos dicionários. Tal como o porco da minha tia-avó num lodaçal de talos de couve e casca de batata. Até amanhã.