02 dezembro, 2008

c de crustáceo

Apelo a todos para que se recordem. Recorde-se, escrevo eu. Recorde-se que qualquer coisa e depois segue-se a sintaxe de uma redacção em papel desmaiado que roubamos ao fundo de uma arca de pinho, a um canto frio da arrecadação. Quando crescer quero ser bombeiro, accionar a sirene quando o telefone anuncia as cinzas de umbrais, mosaicos e discos de realejo e harmónica. Isso ou filho da puta, tanto se me dá. Mas voltemos atrás, escrevo eu. Voltemos atrás porque o caminho faz-se sempre à ré, o tampo da mesa à altura dos mamilos, os olhos ocultos num véu de cristais líquidos e a língua entre um canino e um molar num esforço de estropiado. Fodei-vos a todos. Estou aqui para tratar da minha vidinha, assim mesmo, vi-di-nha.