15 dezembro, 2005

instante

Tens nas mãos a pequenez de um roedor silvestre. Isso enternece. Olhamos-te as mãos, deitadas sobre bombazina escura, e esbarrondamo-nos. Nas arrelias as mãos desautorizam-te. Na ternura desenham-te. Depois os olhos. Âmbar e bibliotecas. Depois a delicada estreiteza dos lábios, na proporção das mãos, e o que deles sai.
- Cheira a frio – dizes, escrevendo livros inteiros enquanto atravessas a rua.