25 novembro, 2005

altar



...Every
young drummer I know

wants to play like Dave Weckl.
(Chick Corea)...


Quando averba sessenta anos, o homem comum estende os lábios, extingue as velas de um bolo mais ou menos barroco e cai numa modorra nostálgica. Chick Corea, esse, reúne nove formações diferentes de executantes virtuosos – Michael Brecker, Avishai Cohen, Jeff Ballard, Bobby McFerrin, Roy Hanes, para citar um punhado deles -, leva-as ao Blue Note de duas em duas noites, ao longo de três semanas, e cria um prodígio: Rendezvous in New York (2003). Nesse álbum bipartido - que encontrei ao abandono entre a poalha de um escaparate de Jazz, numa pequena chafarica de subúrbio cuja localização geográfica não quero desvendar – Corea senta-se ao piano na companhia de Dave Weckl e John Patitucci (Akoustic Band); ouvir o trabalho das baquetas de Weckl nos solos de bateria em Bessie’s Blues e Autumn Leaves é uma experiência religiosa.


Americano de St. Louis, Missouri, Dave Weckl começou a dedicar-se à ciência da bateria aos oito anos, em 1968. Cresceu a coleccionar prémios da NAJE (National Association of Jazz Educators) e foi estudar música para a Universidade de Bridgeport, Connecticut. Andou pelos clubes de Nova Iorque, foi ungido por Steve Khan, Michael Brecker, Peter Erskine e acabou a tocar na digressão histórica de Paul Simon e Art Garfunkel, em 1983. Brecker apresentou-o a Chick Corea em 1985; trabalhariam juntos durante os sete anos seguintes, na Elektric Band e na Akoustic Band – nove registos e um Grammy.

Adenda: há uns anos, depois do namoro prolongado de uma certa montra - e de uma não menos prolongada contenção financeira -, trepei a Rua do Carmo, entrei na Custódio Cardoso Pereira, subi ao segundo andar e anunciei que estava ali para comprar um par de baquetas Vic Firth, com a assinatura de Dave Weckl. Guardo-as numa gaveta como relíquias.

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